sábado, 28 de junho de 2014

CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO



O sistema esquelético provê um sistema de alavancas que permite a ocorrência e uma variedade de movimentos nas articulações do corpo, provê uma estrutura de suporte para o corpo, protege as estruturas internas, armazena gorduras e minerais, e participa na formação de células sanguíneas. Os tipos de ossos que compõem o sistema esquelético (longo, curto, chato, irregulares, sesamóides) têm formatos diferentes, desempenhando diferentes funções, também constituídos de diferentes proporções de tecido ósseo esponjoso e compacto.


O tecido ósseo é das estruturas mais duras do corpo devido aos componentes orgânicos e inorgânicos. O tecido ósseo remodela-se continuamente pelo depósito e reabsorção e é bastante sensível ao desuso ou ao suporte de cargas. O tecido ósseo é depositado em resposta aos estresses sobre os ossos e é removido pela reabsorção quando não está sendo estressado. Um dos modos de aumentar a força e a densidade do osso é pelo programa de atividade física. A osteoporose é uma condição do osso em que a reabsorção óssea excede o depósito ósseo e o osso torna-se mais fraco.
O estudo da arquitetura do tecido ósseo identifica dois tipos de osso, compacto e esponjoso. O osso compacto, encontrado no exterior dos ossos ou no corpo dos ossos longos, é adequado para suportar altos níveis de compressão e grandes cargas tensivas produzidas pelos músculos. O osso esponjoso é adequado para alta armazenagem de energia e facilita a distribuição das cargas dentro do osso.

O osso é também anisotrópico e viscoelástico em sua resposta às cargas, e responderá de forma diferente à variedade na direção da carga e à velocidade na qual a carga é aplicada. Assim que recebe uma carga, o osso responde deformando-se por meio de uma mudança no comprimento e no formato, conhecida como resposta elástica. Com a continuidade da carga sobre ele, ocorrem micro rupturas no osso à medida que ele deforma-se durante a fase plástica. O osso é considerado um material flexível e fraco se comparado a outros materiais como vidro ou aço.
O sistema esquelético é sujeito a uma variedade de cargas e pode suportar cargas compressivas maiores que as tensivas ou de cisalhamento. Comumente, o osso é sobrecarregado em mais de uma direção, como no caso do curvamento em que são aplicadas tanto compressão quanto tensão, e em cargas de torção, em que são produzidas cargas de cisalhamento, compressão e tensão. Ocorre lesão do osso quando a carga aplicada excede a força do material.

Os movimentos dos ossos longos ocorrem na articulação sinovial, uma articulação com características comuns como cartilagem articular, cápsula, membrana sinovial e ligamentos. A articulação sinovial pode ser lesada por uma entorse, na qual os ligamentos são lesados. As articulações são também susceptíveis à degeneração, caracterizada por rachaduras na cartilagem e no osso. Isso é conhecido por osteoartrite.
A quantidade de movimento entre dois seguimentos é influenciada pelo tipo de articulação sinovial. Por exemplo, a articulação plana permite translação simples entre as superfícies articulares, a articulação em dobradiça permite flexão e extensão, a articulação em pivô permite rotação, a articulação condilar permite flexão e extensão com alguma rotação, as articulações elipsoides e em sela permitem flexão, extensão, abdução e adução, e a articulação em bola-e-soquete permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação. Outras articulações, classificadas como sinartrodiais e anfiartrodiais, permitem pouco ou nenhum movimento.

Fonte: HAMILL, J. ; KNUTZEN, K. M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. Ed. Manole, São Paulo, 1999. p 62

quinta-feira, 26 de junho de 2014

TERMINOLOGIA BÁSICA DOS MOVIMENTOS


“A biomecânica, estudo do movimento e do efeito das forças sobre um objeto, é uma ferramenta importante no estudo do movimento humano. O movimento humano pode ser analisado quantitativamente do ponto de vista biomecânico, usando aplicações cinemáticas ou cinéticas que examinam uma habilidade ou movimento pela identificação de seus componentes ou análise das forças que criam o movimento, respectivamente. Para ter uma descrição específica de um movimento, é útil definir os movimentos com respeito a um ponto inicial ou a dois ou três planos de movimento: sagital, frontal ou transverso.
Os termos que descrevem movimentos anatômicos devem ser usados para descrever os movimentos segmentares. Isso requer conhecimento da posição inicial (fundamental ou anatômica), uso padronizado de nomes para segmentos (braço, antebraço, mão, coxa, perna, pé) e o uso correto dos termos que descrevem o movimento (flexão, extensão, abdução, adução, rotação).
O estudo e análise dos parâmetros de movimentos de uma articulação individual e múltiplas articulações proporciona informações úteis para compreender um movimento básico ou uma habilidade esportiva. Identificando a sequência de movimentos articulares simples que se combinam para produzir uma habilidade esportiva ou movimento complexo, pode-se ter uma compreensão mais clara dos requisitos para o condicionamento e ênfase na técnica.”


Fonte: HAMILL, J. ; KNUTZEN, K. M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. Ed. Manole, São Paulo, 1999. p 31

quarta-feira, 25 de junho de 2014

HISTÓRIA DO TESTE MUSCULAR




Wilhelmine Wright e Robert W. Lovett, MD, Professor of Orthopedic Surgery at Havard University Medical School, foram os criadores do sistema de teste muscular que incorporou o efeito da gravidade. Janet Merril, FT (PT), Director of Physical Therapeutics at Children’s Hospital and Havard Infantile Paralysis Commision on Boston, uma colega do doutor Lovett, afirmou que os testes foram utilizados primeiro por Wright, no ginásio do consultório de Lovett, em 1912. A descrição embrionário dos testes utilizados hoje foi escrita por Wright e publicada em 1912, esta foi seguida por um artigo de Lovett e Martin, em 1916, e pelo livro de Wright em 1928. A senhorita Writht foi uma precursora da fisioterapia de hoje; não havia programas educacionais de fisioterapia em sua época, porém ela encabeçou a clínica fisioterapêutica de Lovett. Lovett credita inteiramente a Wright o seu livro de 1917, Treatment of Infantile Paralysis, com o desenvolvimento do teste para pólio.. No livro de 1917, os músculos foram testados utilizando um sistema de resistência da gravidade e graduado em uma escala de 0 a 6. 


fonte: Helen J. Hislop, Jacqueline Montgomery. Daniels e Worthingham PROVAS DE FUNÇÃO MUSCULAR Técnicas de Exame Manual. ed. Elsevier 2008.