A descrição feita por Staley Keleman faz sobre estresse e expressão emocional diz que sentimentos e emoções diferem. Os sentimentos são estados generalizados e não condicionados, não-programados; enquanto as emoções são programadas, são caminhos próprios que entram em ação. Para que possam ser expressos, os sentimentos criam caminhos. Ninguém precisa ensinar uma pessoa a ser irritada ou triste, mas é preciso ensinar a bondade e a ternura. Assim as emoções são feitas de sentimentos intensos o bastante para se organizarem como padrão comportamental. Um aborrecimento se transforma em irritação, depois em raiva e, finalmente em fúria. A fúria é uma resposta automática que tem, no cérebro inferior, um programa para golpear ou atacar. As emoções são um estado corporal com padrão muscular programado e com um padrão tubário para aceleração ou redução da atividade.
Os sentimentos são um subproduto do metabolismo celular, da
pulsação, da peristalse dos tubos. As emoções são respostas comportamentais
brutas organizadas. As emoções têm uma direção e intenção, uma lógica própria.
São maneiras de o organismo declarar nosso estado e o que fazer em relação a
ele. Se estamos tristes, chorar traz alívio e consolo dos outros. A raiva é uma
tentativa de se ver livre de algo que irrita e um aviso para que os outros
mantenham distância. O medo é uma forma de declarar que há perigo e de buscar
ajuda. As emoções, portanto, pretendem alterar situações externas e internas.
As emoções nos movem em direção ao mundo e depois de volta a
nós mesmos. Veja abaixo, alguns exemplos da anatomia postural e das emoções:
Sob estresse começamos a nos suspender para longe do abdômen.
Inflamos o peito e comprimimos o estomago. Esticamos o pescoço para parecer
maiores, mais alertas. Acumulamos potencial cinético, prontos para golpear. A
medida que puxamos para dentro a parte superior do corpo, o diafragma, que em
situação normal está para baixo e distendido, sobe e estreitasse. Com a
escalada do estresse, o diafragma sobe, aumentando a pressão intratorácica,
forçando as vísceras abdominais para cima. Ao entrarmos em pânico, nos tornamos
espásticos. O diafragma se restringe. Sofremos com falta de oxigênio. Temos
sensação de fadiga.
O contrário é percebido nas emoções que nos fazem esvaziar como
resposta ao estresse. A depressão ocorre quando fomos derrotados ou quando
decidimos nos submeter ou colapsar. Os conteúdos abdominais descem devido a
falta de tônus muscular no tronco. O afrouxamento dos intestinos arrasta o
diafragma para baixo e os músculos intercostais entram em colapso. Isso está em
agudo contraste com a espasticidade do padrão raiva-medo.
Fonte: Anatomia
Emocional. Stanley Keleman p.
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